Stigmidium ascophylli

Stigmidium ascophylli (Cotton) Aptroot, CBS Biodivers. Ser. 5: 41. 2006 [pdf]

MycoBank MB500377

AUTOR: Olariaga I.

 

Mycosphaerella ascophylli Cotton, Trans. Br. Mycol. Soc. 3(2): 96. 1909. [1908]. [pdf]
Sphaerella ascophylli (Cotton), Sacc. & Trotter, Syll. fung. 22(1): 147. 1913. [pdf]
Mycophycias ascophylli (Cotton), Sacc. & Trotter, Kohlm. & Volkm.-Kohlm., Syst. Ascomycetum 16(1-2): 3. 1998.

= Mycosphaerella pelvetiae G.K. Sutherl., New Phytol. 14: 34. 1915. [pdf].
= Sphaerella pelvetiae (G.K. Sutherl.) Trotter, Syll. fung. 24(2): 849. 1928. [“Sphærella pelvetiæ][pdf]

 

Classificação taxonômica

phy Ascomycota

sbp Pezizomycotina

cls Dothideomycetes

sbc Dothideomycetidae

ord Mycosphaerellales

fam Mycosphaerellaceae

gen Stigmidium

sp Stigmidium ascophylli

Descrição

Pseudotécios de 60-120 × 55-90 µm, imersos no córtex do talo, do qual emerge apenas o ostíolo, de cor negra. Parede do pseudotécio hialina e fina, excepto na parte do ostíolo, onde está carbonizada, com 12-15 µm de espessura. Ascos octospóricos, de fusiformes a claviformes, inicialmente com um canal apical de parede espessa, bitunicados, de 59-65 × 26-29 µm. Ascósporos fusiformes, hialinos, unisseptados, não constritos no septo, de (15)23-30 × (4.5)6.5-8 µm, com um septo supramediano com 1-5 grandes gútulas em fresco. Paráfises ausentes. Perífises presentes na zona ostiolar, cilíndricas, hialinas, 9-15 × 3-3.5 µm.

Habitat e distribuição: Pirenomiceto que habita receptáculos de talos vivos de Pelvetia canaliculata e Ascophyllum nodosum. Embora atualmente Stigmidium ascophylli, com base em material colhido sobre Ascophyllum nodosum, e Mycosphaerella pelvetiae, descrita sobre Pelvetia canaliculata, sejam considerados sinónimos (WoRMS 2023), Sutherland (1915),argumentou que M. pelvetiae diferia de S. ascophylli (como Mycosphaerella ascophylli) quanto a hifas, ascos e esporos diferentes, embora sem fornecer detalhes mais específicos. Devido à alta especificidade que muitos fungos simbiontes mostram e considerando a ecologia diferente de P. canaliculata (própria da zona supratidal) e A. nodosum (própria da zona intertidal), acreditamos que uma comparação crítica, com estudos moleculares, poderia questionar essa sinonímia. Enquanto isso, seguimos aqui a sinonímia que parece ser actualmente aceite. Almaraz & al. (1994) citaram pela primeira vez S. ascophylli (como Mycosphaerella ascophylli) na Península Ibérica, sobre P. canaliculata, embora não tenham citado a localização por se tratar de exemplares trazidos pelo mar. Esse material foi possivelmente colhido na província da Corunha, assim como o restante do material de outras espécies citadas no artigo. Em qualquer caso, as duas colheitas citadas aqui são as primeiras citações ibéricas com localização precisa. Os esporos e ascos do nosso material são de tamanho superior ao mencionado por Almaraz & al. (1994). Isso pode ocorrer porque é frequente encontrarem-se pseudotécios em estado imaturo que possuem ascósporos imaturos. Esp: C(?), O.

Referências da espécie no território
  • Almaraz T., Checa J. & Gallardo T. 1994. Ascomycetes associados a Pelvetia canaliculata Decne. & Thur. (Fucales, Phaeophyta). Anales Jard. Bot. Madrid 52(1): 4. (Esp: C?) (como Mycosphaerella ascophylli) [pdf]
Exemplares em coleções científicas

Espécime de referência marcado em negrito

Espanha
C?: MA-Fungi 32024
O: ARAN-Fungi 17031, ARAN-Fungi 16988

Fig. 1. Distribuição conhecida de Stigmidium ascophylli. Fonte: base de dados SIM-SEL.

Sequências em bases de dados públicas e obtidas de material do território

Nenhuma.

 

Fig. 2. Colônia de Pelvetia canaliculata no supramareal, onde foi coletado Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 17031, Playa de Güelgues, Carreño, Astúrias).

 

Fig. 3. Colônia de Pelvetia canaliculata no supramareal, onde foi colhido Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 16988, Playa de La Franca, Ribadedeva, Astúrias).

 

Fig. 4. Talos de Pelvetia canaliculata, com um conceptáculo mais amarelado no centro, onde frutificava Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 16988).

Fig. 5. Talos de Pelvetia canaliculata, com um conceptáculo mais amarelado na parte superior da imagem, onde frutificava Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 16988), visível como pontos negros minúsculos na imagem..

 

Fig. 6. Conceptáculo de Pelvetia canaliculata, no qual são observados pontos negros diminutos que correspondem a ascomas de Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 16988).

Fig. 7. Corte de um pseudotecio de Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 16988), imerso no talo de Pelvetia canaliculata. Barra de escala 50 µm.

Fig. 8. Corte da parte superior de um pseudotécio de Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 16988), no qual são observados perífisis. Barra de escala 10 µm.

Fig. 9. Asco de pseudotecio de Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 16988) em água. Barra de escala 10 µm.

Fig. 10. Himénio de Stigmidium ascophylli (ARAN-Fungi 16988) em SDS-vermelho congo, mostrando ascas e esporos unisseptados hialinos. Barra de escala 10 µm.

Como citar esta ficha:

Olariaga I. 2023. Stigmidium ascophylli (Cotton) Aptroot. Fichas SIM 41 (Atualizada em 30-VII-2023). DOI: https://doi.org/10.51436/SIMsheets/2023/41
Disponível em: https://micologiaiberica.org/pt-pt-services/stigmidium-ascophylli